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MP 1.300: O que mudou e quais os impactos no mercado solar

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3 out 2025
4 minutos

A Medida Provisória nº 1.300/2025, aprovada no Congresso e aguardando sanção presidencial, se apresenta como uma reforma ampla no setor elétrico brasileiro. 

O texto traz avanços em alguns pontos, mas também levantou fortes polêmicas e mobilizou o mercado solar devido a riscos que poderiam comprometer a viabilidade da geração distribuída (GD).

Neste artigo, você vai entender os principais pontos da MP, os impactos para o setor solar e como se preparar para os próximos anos.

O que é a MP 1.300/2025?

A MP nasceu com objetivos relevantes:

  • Abertura gradual do mercado livre de energia: consumidores comerciais e industriais de baixa tensão poderão migrar em 2026; residenciais a partir de 2027.
  • Expansão da tarifa social de energia elétrica: famílias de baixa renda terão acesso ampliado a descontos ou isenção de tarifa.
  • Revisão dos encargos setoriais e subsídios: redistribuição dos custos do setor, buscando maior equilíbrio entre consumidores.

Na teoria, a MP buscava modernizar o setor elétrico e democratizar o acesso à energia limpa. No entanto, alguns dispositivos da proposta inicial geraram grande preocupação no mercado solar.

Por que a MP foi polêmica

Quatro pontos centrais causaram mobilização do setor solar:

  1. Tarifa multiparte (ou binômia): previsão de cobrar parte fixa de manutenção, disponibilidade e encargos de quem já gera sua própria energia. Isso reduziria de forma significativa a economia obtida pela compensação.
  2. Parágrafo 10: daria à ANEEL o poder de impor novas tarifas obrigatórias sem audiência pública ou debate prévio, ampliando a insegurança regulatória.
  3. Redução drástica da compensação da energia injetada: ameaça de queda expressiva no valor dos créditos obtidos.
  4. Receio de retroatividade: possibilidade de contratos e regras anteriores deixarem de valer para quem já tinha sistemas instalados.

Esses pontos foram classificados como ameaça direta à previsibilidade e à confiança do setor.

Proposta original vs texto aprovado

Quando a MP 1.300 foi apresentada, alguns pontos geraram preocupação imediata e fizemos um comparativo para ajudar você a acompanhar de forma prática quais seriam os impactos se a MP fosse mantida e quais os impactos esperados com o texto atual.

Se o texto original fosse mantido

  • Economia menor: famílias e empresas que investiram em energia solar poderiam ver a conta de luz cair muito menos. Em alguns cenários, estudos mostravam perdas de até 60–80% da economia atual.
  • Payback mais longo: o retorno do investimento em painéis solares poderia dobrar de tempo em certos casos, desestimulando novos projetos.
  • Insegurança regulatória: mudanças poderiam acontecer de forma abrupta, sem previsibilidade para quem já investiu.
  • Mercado retraído: integradores, fornecedores e toda a cadeia de serviços do setor solar poderiam perder demanda.
  • Competitividade prejudicada: a geração distribuída poderia perder espaço para outras fontes de energia.

Com o texto atual aprovado

Depois da forte mobilização do setor e da pressão política, o Congresso retirou os pontos mais agressivos. No texto aprovado:

  • Fim da tarifa multiparte obrigatória: não houve aprovação da cobrança fixa extra para consumidores de GD.
  • Retirada do parágrafo 10: a ANEEL não terá poder de criar tarifas de forma compulsória sem debate público.
  • Preservação da compensação: não houve corte drástico nos créditos de energia, garantindo que a lógica de injetar e compensar continue válida.
  • Direitos adquiridos mantidos: contratos já firmados e instalações existentes seguem protegidos, evitando retroatividade.
  • Previsibilidade maior: investidores e consumidores têm uma reserva mínima de segurança regulatória para tomar decisões.

Ainda assim, parte do setor mantém cautela, pois outras MPs ou projetos de lei podem retomar propostas semelhantes no futuro.

Oportunidades da MP 1.300/2025 para o mercado solar

Apesar das críticas e riscos, a MP 1.300 também trouxe alguns avanços que podem abrir novas portas para o setor. Listamos abaixo os principais pontos positivos que ajudam a entender onde estão as oportunidades neste novo cenário:

  • Democratização do acesso: a tarifa social amplia o alcance da energia elétrica para famílias de baixa renda.
  • Abertura do mercado livre: cria espaço para novos modelos de negócio em energia solar, incluindo consultoria e soluções híbridas.
  • Inovação: tarifas diferenciadas por horário e demanda podem estimular baterias, microrredes e gestão inteligente de energia.

Desafios e riscos

Contudo, ainda existem alguns riscos a serem considerados se a MP em questão realmente for aprovada, como:

  • Risco de redução na atratividade: mesmo sem as tarifas compulsórias, o setor teme que novas regras diminuam a economia de futuros projetos.
  • Insegurança regulatória persistente: há temor de que novas MPs (como a 1.304) tragam de volta propostas prejudiciais.
  • Dependência da ANEEL: o papel da agência e das distribuidoras segue sendo um ponto de conflito, com receio de restrições ou entraves à GD.
  • Complexidade regulatória: novos critérios de autoprodução e possíveis mudanças tarifárias exigirão maior preparo técnico dos integradores.
  • Prazos apertados: consumidores e empresas podem ter até 2026 para garantir projetos com regras atuais.

Próximos passos para se tornar lei

Depois da aprovação no Congresso, a MP ainda precisa passar por etapas formais até se tornar uma lei definitiva. Entender esse processo é importante para acompanhar como e quando as mudanças realmente entram em vigor:

  • Sanção presidencial: a MP precisa ser sancionada pelo presidente para ganhar força de lei.
  • Conversão em lei: se não for votada em até 120 dias, a MP perde validade.
  • Regulamentação: caberá à ANEEL detalhar pontos operacionais, o que ainda pode gerar mudanças no impacto prático da medida.

O que fazer agora? Recomendações práticas

Mesmo com o texto final mais equilibrado, ainda há incertezas. Por isso, algumas atitudes práticas podem ajudar consumidores e integradores a se prepararem:

Para consumidores

  • Aproveite o prazo atual com planejamento: consumidores que conectarem sistemas até 2026 terão seus direitos adquiridos preservados, mantendo os incentivos existentes. É importante avaliar essa decisão com calma e planejamento, sem pressa ou pressão indevida.
  • Formalize os contratos: registre todas as condições técnicas e jurídicas para ter segurança.
  • Simule cenários conservadores: considere custos maiores de rede ao calcular o retorno do investimento.
  • Planeje o futuro: escolha sistemas preparados para expansão e baterias.

Para integradores

  • Capacite a equipe: entenda as mudanças regulatórias e saiba explicá-las de forma simples para os clientes.
  • Diversifique o portfólio: ofereça soluções como armazenamento, eficiência energética e automação.
  • Comunique com clareza: mostre aos clientes o que realmente está garantido e o que ainda pode mudar.
  • Acompanhe a regulação: siga de perto as decisões do Congresso e da ANEEL para agir com rapidez.

Conclusão

A MP 1.300/2025 não pode ser vista apenas como uma vitória ou como um risco superado. O texto aprovado trouxe salvaguardas importantes ao retirar os trechos mais prejudiciais para a geração distribuída, mas ainda deixa dúvidas sobre o futuro das novas conexões e a sustentabilidade do modelo de compensação.

O setor solar precisará manter vigilância, acompanhar a regulamentação da ANEEL e evitar posturas de alarmismo que só aumentam a desconfiança de integradores e clientes. O cenário atual é de cautela: o pior foi evitado, mas a disputa regulatória está longe de terminar.

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